segunda-feira, julho 23, 2007

...é o fio se partindo.
E sem querer compreender mas impossível de negar com os olhos,
ela sabia .
... parece vento não é?
— Você fantasia demais, tem que parar com isso, pise no chão com os pés, deixe os sapatos no canto.

sábado, julho 14, 2007

...tudo tão parado e silencioso, acho que eles fazem festa quando ninguém olha
porque, olha bem, às vezes aparecem em posições diferente.


Então no rádio toca aquela música velha, com som de nostalgia, mesmo que não tenha vivido parece que esteve por lá. E eu quero participar da festa.
Dançaria comigo mesmo, mas a verdade que queria um outro. Fumar, beber e cantar com qualquer sem ser comigo mesma. Invento brinquedos dentro dessa caixa, nem o buraco faz com que eu enxergue lá fora.
Aqui fico e deixa tudo mais escuro e aqui eles não fazem festas nem quando alguém não está olhando. Meu caderno me abandonou, a caneta se nega a fazer seu trabalho e a mente embaralha mais ainda as coisas que não existe.
De todo esse mal faz com que eu curta eu mesma, e mesmo assim não curto.
O dia está bonito lá fora, lá fora. Aqui dentro está escurecido, apagado por cores sem ar. O vermelho aqui não respira, e nem sangra. Pode sempre tá inventando maneiras de saber que se está vivo? Porque já estou cansando dessa brincadeira. Nem desenho consigo mais fazer.

quinta-feira, julho 12, 2007

e num acesso como esse
eu não sei escrever,
não sei gritar,
nem consigo gesticular.
Qualquer tentativa de pedir
é minada de dor perdida
encontrada aqui dentro,
descansada e mais forte,
Amanhã.

sexta-feira, julho 06, 2007

Horizonte perdido

Tenho a linha do horizonte nos meus pés e me perco,
para qual lado pular.
Vejo todos abandonarem o barco ou a barca que passa.
Pulam aos montes, pra onde vão? O que conseguiram por lá?
Comum grito das mães atrás de seus bebês e suas vidas perdidas,
tanta água, todas dores e mais gritos.
Passa a linha pro outro lado
clamam por deus aberto
mas o deus se fecha.
Sem ira, sem rancor
mas com dor e cansaço,
se fecha.
Horizonte perdido.

terça-feira, julho 03, 2007

São espaços largos e profundos
Perguntas e sonhos
e alguém lhe diz: Vai.
A vontade é de ficar
E você já percebeu que isso
não pode ser.
E te dizem: se lembra?Não se esqueça.
E você se esquece
Surpresa?
É um silêncio,
monstruoso silêncio
Sem surpresas e apenas silêncio,
os fios foram partido.

As quatro janelas

As quatro janelas
Davam para um vista cinzenta, apagada.
O sol já havia iluminado as janelas, mas muito tempo
antes dela nascer.
Tudo era silêncio ali, o silêncio representado por mais
de uma língua. Gritado de tantas formas, ela aprendeu a reconhecer.
Para um outro aquilo seria estranho e dom de pessoas se perdendo em loucura.
O que muito costumavam a dizer, pois achavam a pequena tão jovem e já caindo por um fio de loucura, em que toda a família parecia cair.

Paranóia

Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu...
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas...
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre...
Sempre... sempre...
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas...
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Para...nóia

Dedico esta canção:
Para Nóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)...

Paranóia
Raul Seixas