domingo, dezembro 23, 2007

Distante.


Tudo claro, tão brilhante, assim tenho medo.
Todos tão atenciosos. Atenciosos.



Sempre suspeito quando me dispensam atenção. Demais ou não.


Não me sinto parte de nada e ninguém...
penso por vezes que estou no lugar errado e sinto saudades...
Não sei se devo esperar algo dos outros... mas quando espero me machuco.

Cansei tantas vezes de todos.Me sinto bem quando estou só e aprendi a sentir apanhando muito do nada.


Mas não gostaria de sempre me sentir deslocada.
Passei da fase de querer ser normal, de querer ser anormal e de novamente querer me encaixar nos padrões. Agora só quero poder ser e disso não abro mão.





Minhas esquisitices são seus desconhecimentos,



é tenho saudades de contatos mais humanos, de mais toques e surpresas e poucos medos.



imagens: retiradas de um clipe do Sonic Youth

sábado, dezembro 22, 2007


"Não é o tédio a doença do aborrecimento de nada ter que fazer, mas a doença maior de se sentir que não vale a pena fazer nada" (Fernando Pessoa, Livro do desassossego).

domingo, dezembro 16, 2007

Todo Carnaval Tem Seu Fim




Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
De que o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo

Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
E é o fim, e é o fim

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz

Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?

Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz





Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo

sábado, dezembro 01, 2007

Sem Ela.


o cigarro já não tem o sabor de antes,
ela nem se quer dá uma ligada para dizer como está ou onde está
pensei muito no que conversamos, mentira não pensei tanto e nem quero pensar
sim coisa de criança birrenta e que não aceita oposição ao seus desejos.



simples e completo, assim que defino o tempo ao lado dela.
se aproveita cada segundo e cada pequena coisinha que se faz, nada é perdido.
Uma discussão , um beijo, uma notícia, o cigarro e café, tudo se torna melhor e mais real quando ela está por perto.



Me desajeito no sofá esperando por ela, sempre.
Sem parecer que tô a espera.
Quero pintar as unhas, me arrumar e fumar.
Nada de chegar, nada de telefonemas.
Surgi outra, amiga demais.


as sete a noite começa a crescer sem vergonha nenhuma, lá embaixo os carros passam e param e param e parados ficam por um bom tempo, seus faróis acesos ajudando a esconder a noite, mas o céu sem estrelas é maior e mais escuro.
Toda vez que sonho com ela ...

domingo, outubro 14, 2007

Fantasias cinzas de noite fria


Cigarros, bebidas e risadas. Sem maiores atritos, apenas mais uma noite
de descontração entre eles. Apenas bons amigos. Amigos cúmplices desde de sempre.
Conversas nunca foram finalizadas, sempre havia um espaço, uma pausa e nem um ponto final.
Um dia talvez voltassem ao assunto, sempre diziam sem encerramentos.
Sabiam-se de todos, sinceridade sempre e desde de que fosse conveniente.

Dança, espelhos, lábios e crime.
Tudo era meia luz, inevitavelmente atrativo para ambos.
De três sempre surgia um, com medos, fortalezas e pensamentos.
Passavam de um a um e se tornavam O .
Uma noite, espelhos e reflexos mais que reveladores.
Danças inebriantes e lábios vermelhos demais.
Noite cinza e fria, noite boa para eles. Noite.
Um grito, uma negação e fantasias. Corpos.

segunda-feira, outubro 01, 2007

Piano Bar


O que você me pede eu não posso fazer
Assim você me perde, eu perco você
Como um barco perde o rumo
Como uma árvore no outono perde a cor

O que você não pode eu não vou te pedir
O que você não quer eu não quero insistir
Diga a verdade, doa a quem doer
Doe sangue e me dê seu telefone

Todos os dias eu venho ao mesmo lugar
Às vezes fica longe, difícil de encontrar
Mas, quando o Bourbon é bom toda noite é noite de luar

No táxi que me trouxe até aqui júlio iglesias me dava razão
No clip, paul simon tava de preto mas, na verdade, não era não
Na verdade nada é uma palavra esperando tradução

Toda vez que falta luz
Toda vez que algo nos falta alguém que parte e não volta
O invisível nos salta aos olhos
Um salto no escuro da piscina

O fogo ilumina por muito pouco tempo (por muito pouco tempo)
Em muito pouco tempo o fogo apaga tudo, tudo um dia vira luz

Toda vez que falta luz
O invisível nos salta aos olhos
Ontem à noite, eu conheci uma guria
Já era tarde, era quase dia
Era o princípio num precipício
Era o meu corpo que caía

Ontem à noite, a noite tava fria
Tudo queimava, nada aquecia
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

Ontem à noite eu conheci uma guria que eu já conhecia
De outros carnavais com outras fantasias
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

No início era um precipício (um corpo que caía)
Depois virou um vício (foi tão difícil acordar no outro dia)
Ela apareceu, parecia tão sozinha
Parecia que era minha aquela solidão

Engenheiros do Hawaii

segunda-feira, setembro 03, 2007

agenda.


os registros desta tarde estão incompletos.
o céu estava pela metade, o cigarro não me satisfez e nem ela me ligou.
As coisas começam a andar sem que eu esteja por perto. Talvez sempre andaram, e a teimosia me prendia ao lado delas.
Só por um momento que eu soltar a mão perco-me... e esse gesto é tão difícil de acontecer. Ele também não tem aparecido, depois diz que não estava fazendo nada e que tudo em sua vida é um grande nada cercado por nadas menores. Se ela aparecer, ao invés de ligar, finjo surpresa, indiferença e um pouquinho de alegria, só um pouquinho.
Então me escondo no quarto novamente, com minhas rezas e alucinações de seres me abençoando de todas as formas.
Tinha que registrar as coisas certas para não me perder e não achar que foi só imaginação. E se ela já ligou? Será que não estou me lembrando.
Ah vou seguir assim.



escutando...


domingo, agosto 26, 2007

Ana Cristina Cesar


"...Eu quero me livrar desta poesia infecta beijar mãos sem elos sem tinturas consciências soltas pelos ventos desatando o culto das antecedências sem medo de dedos de dados de dúvidas em prontidão sangüinária..."

Ana Cristina Cesar

sábado, agosto 25, 2007

Alameda H

Não sinto cheiros na alameda H
Nem aromas das flores
que por lá enfeitam

O banco rústico de cimento
que jaz sob uma árvore
me faz lembrar de quando
era criança
Sentava em cadeiras
tão grandes que
meus pés não tocavam o chão
E os balançava ,talvez feliz

Da alameda H vejo
centenas descansando

Sinto uma calma tão colossal
O silêncio faz morada na alameda H
Silêncio de milhares de vozes
Conversando ao mesmo tempo
Mas cada uma é ouvida como se fosse a única
E isso não a torna uma compreensão mais fácil
Pois a voz do silêncio sempre se transmuta em enigma



escutando...
A Great Day For Freedom - Pink Floyd

domingo, agosto 12, 2007

Homens que caem

Esses homens que caem no mar
Que caem em mar
São tragados por ondas
E levados ao nada

Chegando ao fundo ...
Encontrando pedras que cravam-se
em seus pés

Uma vez levado pelas ondas
consumidos em dores
afundam-se mais os pés
nos pedregulhos

Quando o mar acalma
E as ondas dormem em silêncios

Os homens...
não dormem
não ficam em silêncios profundos

Estão loucos,
Estão caídos em mar...
no mar.

terça-feira, agosto 07, 2007

El canto de los Cronopios



Cuando los cronopios cantan sus canciones preferidas, se entusiasman de tal manera que con frecuencia se dejan atropellar por camiones y ciclistas, se caen por la ventana, y pierden lo que llevaban en los bolsillos y hasta la cuenta de los días.
Cuando un cronopio canta, las esperanzas y los famas acuden a escucharlo aunque no comprenden mucho su arrebato y en general se muestran algo escandalizados. En medio del corro el cronopio levanta sus bracitos como si sostuviera el sol, como si el cielo fuera una bandeja y el sol la cabeza del Bautista, de modo que la canción del cronopio es Salomé desnuda danzando para los famas y las esperanzas que están ahí boquiabiertos y preguntándose si el señor cura, si las conveniencias. Pero como en el fondo son buenos (los famas son buenos y las esperanzas bobas), acaban aplaudiendo al cronopio, que se recobra sobresaltado, mira en torno y se pone también a aplaudir, pobrecito.



Traduzido

O Canto dos Cronópios

Quando os cronópios cantam suas canções preferidas, ficam de tal maneira entusiasmados que freqüentemente se deixam atropelar por caminhões e ciclistas, caem da janela e perdem o que tinham nos bolsos e até a conta dos dias.
Quando um cronópio canta, as esperanças e os famas acorrem a ouvi-lo embora não compreendam muito seu arrebatamento e em geral se mostram um tanto escandalizados. No meio da roda o cronópio suspende seus bracinhos como se segurasse o sol, como se o céu fosse uma bandeja e o sol a cabeça do Batista, de forma que a canção do cronópio é Salomé nua dançando para os famas e as esperanças que ali estão boquiabertos e perguntando-se se o senhor padre, se as conveniências.
Mas como no fundo são bons ( os famas são bons e as esperanças bobas ) acabam aplaudindo o cronópio, que se recupera sobressaltado, olha em redor e começa também a aplaudir, coitadinho.



Julio Cortázar

Frida


La tragedia es lo más
ridículo que tiene ‘el hombre’
pero estoy segura, de que los
animales, aunque ‘sufren’,
no exiben su ‘pena’
en ‘teatros’ abiertos, ni
‘cerrados’ (los ‘hogares’).
Y su dolor es más cierto
que cualquier imagen
que pueda cada hombre
‘representar’ o sentir
como dolorosa
.”
(Diário de Frida Kahlo)

segunda-feira, julho 23, 2007

...é o fio se partindo.
E sem querer compreender mas impossível de negar com os olhos,
ela sabia .
... parece vento não é?
— Você fantasia demais, tem que parar com isso, pise no chão com os pés, deixe os sapatos no canto.

sábado, julho 14, 2007

...tudo tão parado e silencioso, acho que eles fazem festa quando ninguém olha
porque, olha bem, às vezes aparecem em posições diferente.


Então no rádio toca aquela música velha, com som de nostalgia, mesmo que não tenha vivido parece que esteve por lá. E eu quero participar da festa.
Dançaria comigo mesmo, mas a verdade que queria um outro. Fumar, beber e cantar com qualquer sem ser comigo mesma. Invento brinquedos dentro dessa caixa, nem o buraco faz com que eu enxergue lá fora.
Aqui fico e deixa tudo mais escuro e aqui eles não fazem festas nem quando alguém não está olhando. Meu caderno me abandonou, a caneta se nega a fazer seu trabalho e a mente embaralha mais ainda as coisas que não existe.
De todo esse mal faz com que eu curta eu mesma, e mesmo assim não curto.
O dia está bonito lá fora, lá fora. Aqui dentro está escurecido, apagado por cores sem ar. O vermelho aqui não respira, e nem sangra. Pode sempre tá inventando maneiras de saber que se está vivo? Porque já estou cansando dessa brincadeira. Nem desenho consigo mais fazer.

quinta-feira, julho 12, 2007

e num acesso como esse
eu não sei escrever,
não sei gritar,
nem consigo gesticular.
Qualquer tentativa de pedir
é minada de dor perdida
encontrada aqui dentro,
descansada e mais forte,
Amanhã.

sexta-feira, julho 06, 2007

Horizonte perdido

Tenho a linha do horizonte nos meus pés e me perco,
para qual lado pular.
Vejo todos abandonarem o barco ou a barca que passa.
Pulam aos montes, pra onde vão? O que conseguiram por lá?
Comum grito das mães atrás de seus bebês e suas vidas perdidas,
tanta água, todas dores e mais gritos.
Passa a linha pro outro lado
clamam por deus aberto
mas o deus se fecha.
Sem ira, sem rancor
mas com dor e cansaço,
se fecha.
Horizonte perdido.

terça-feira, julho 03, 2007

São espaços largos e profundos
Perguntas e sonhos
e alguém lhe diz: Vai.
A vontade é de ficar
E você já percebeu que isso
não pode ser.
E te dizem: se lembra?Não se esqueça.
E você se esquece
Surpresa?
É um silêncio,
monstruoso silêncio
Sem surpresas e apenas silêncio,
os fios foram partido.

As quatro janelas

As quatro janelas
Davam para um vista cinzenta, apagada.
O sol já havia iluminado as janelas, mas muito tempo
antes dela nascer.
Tudo era silêncio ali, o silêncio representado por mais
de uma língua. Gritado de tantas formas, ela aprendeu a reconhecer.
Para um outro aquilo seria estranho e dom de pessoas se perdendo em loucura.
O que muito costumavam a dizer, pois achavam a pequena tão jovem e já caindo por um fio de loucura, em que toda a família parecia cair.

Paranóia

Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu...
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas...
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre...
Sempre... sempre...
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas...
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Para...nóia

Dedico esta canção:
Para Nóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)...

Paranóia
Raul Seixas

sábado, junho 30, 2007

...
isso é completamente ridículo
com voltas e voltas sem parar
e o momento final
se desfazendo nas fumaças
dos diversos cigarros de pessoas
estranhas

esses olhares
esses falatórios
soam como em um funeral
todos falando baixinho e olhando
esse toque tão distante e frio
querendo ser mais quente
esses contatos
todos contatos de distância de
sentimentos não vivos e maltratados.

domingo, junho 17, 2007



Nesta estrada perdida
o assassino me pega de surpresa esperada

Com seu cheiro impregnaste meu corpo
e de desejos violentos me possui

calada no prazer deixo me conduzir
para o prazer final ser o meu

dor me dar prazer
não mais de que a provocá-la

o assassino da estrada se choca e geme
o salto penetrando e os olhos protestando
pouco tempo e o prazer me sorri nos lábios

Tornaste-se meu escravo do prazer
seu gozo agonizante perpetua minhas ordens



terça-feira, 24 de outubro de 2006
Adalyn Bowie

domingo, junho 10, 2007

Eles

contra-partida dos
contra-dores
E das vezes contra-falados
ouvidos pouco
contra-vida da contra-cidade achada
Nos meses dos contra-versos
quebrou-se.
No nada no mais do que.
E nasce sem dor para viver e em dor os contra-humanos
Highdown da terra de baixo
vive
e sempre um
Highdown será.

sábado, junho 09, 2007


...
eu não sei interagir com as pessoas
...

quinta-feira, junho 07, 2007

fragmentos

O tempestuoso chora da verdade
exprimida na noite de ontem
depois da batida.
E se o choro não veio em hora boa
depois a tarde quando o sol
vai baixando
e na sala só as sombras se fazem presentes
ele aparece em sóbrio-contorno
passando através dos móveis.



E se isso é o que é
e é a dor sentida na boca
e na vida resta o que?
é minha, é pobre, é e ponto.
A dor sentida.
e o grito que:




Hoje o caderno está se desfazendo
e as palavras estão sumindo
sendo comidas pelo tempo que há entre tudo,
tempo que não vemos
e soa triste todas as frases sendo desfeitas
e todas as conversas se tornando pontos e pontos.



...o sangue estanca
e a cabeça dói
a rua fica desfocada
e a pancada estampada em seu ninho
a origem do meu sangue de onde foi?
mostre o que há na cor do sangue
e peça mais e ganhe menos
de tudo se é tirado e de todos nada pode se
fazer, e como pergunto: donde foi meu sangue?
não sei perguntar mas mesmo assim
tenho recebo resposta: Seu sangue está exangue.





esse som assim
esse assim de doer
é horrível
e sangrar assim no perdido que sou
dói ainda mais
e se pudesse doer assim
em um outro,
iria doer menos?

sábado, junho 02, 2007


Hoje estou de luto
Hoje Faleceu, uma das várias mulheres
que vivia em mim.

Acorda pelos pés!

Hoje fui assassina, de uma das várias mulheres que
habitava meu Ser.
Hoje de vestido longo morreu, uma das várias mulheres.
Hoje perdeu-se uma das minhas personalidades,
Pertencia a uma das várias mulheres
que me comia por dentro.
Hoje uma música não tocou
Era a preferida, de uma das várias mulheres,
que dançava meu sono.

Acorda pelos pés!

Hoje, uma das várias mulheres,
não se fez presente,
falou na língua do silêncio
e para sempre ausente.

terça-feira, maio 29, 2007

Postal



Metástase é o caminho da Dor
que corre o corpo me fazendo Highdown-down
Brinquedo nostálgico de sentimentos,
Saudade.
Não transmuto,
não chego a metamorfose.
Melancolia que é esse sangue da
highdown que sou.
Melancólica sempiterna
aqui.

domingo, maio 27, 2007

AMOR 1




lembre-se de mim como fui
nem pense em deixar
esse pensamento se perder,
aquela música fala tanto de
amor
por que mesmo ?
então vejo seu corpo
e então perco-me do meu
e tudo isso é amor inventado
e invenções ferem com
a antiga conversa de se lembrar
como fui.


tão puro e claro você se revela
cobrar de mim só me deixa assim louca
sem tesão, isso é broxante sabia
substituto será substituído
talvez se fosse um prostituído
não fizesse tantas cobranças

bota uma música e me deixe ficar ouvindo
pode ir e fechar a porta
hoje elas não se abrem
não para você.
santa satisfação própria...

quinta-feira, maio 17, 2007

Era sem importância que se deixava ficar ali sozinha.
Trancada dentro de si e por si mesma julgava não saber o que fazer ou escolher. Passou adiante uma música, duas, três... e não sabia o que fazia.
Dormir queria muito, mas tinha medo dos sonhos, eram tão reais e assustadores.
Brincava de ver as coisas serem cobertas pela sombra que o anoitecer ia tecendo, era tão incrível ver as coisas se escondendo na escuridão. Tudo se escondia, todas as coisas tinham motivos para se esconder e o faziam conforme pudessem.
De manhã era dia claro e brilhante sempre, não importava se fazia frio, se as nuvens encobrissem o sol, era brilhante e irritante.
Queria dormir, à noite não tinha dormido. Tenho pontos por bom comportamento, onde utilizo esses pontos?
Fazer perguntas às vezes é muito chato, falar sobre si é horrível.
Vamos as ruas clamar por ajuda, por comida e liberdade e que todos
se explodam contra os postes e a luz se acabe até a Companhia repor as lâmpadas quebradas.
Os gatos vagabundos e inteligentes saiam miando pelas madrugadas e exaltando o prazer dentro das vielas molhadas e enfeitadas com lixo, acordando a gente toda que dormia gostoso e confortável em suas lindas casas de fachadas coloridas.
Música vem, me fazer flutuar pelas ruas na madrugada, não deixe que eu fique pesada no chão de pessoas como essas que passam a toda hora correndo para algo muito importante de Segunda à Sexta em horário comercial. Escuto seu chiado e sei que você canta baixinho. Sei. Você está me vendo assim achando loucura tudo que me cerca e como posso negar isso? Lembramos, nos lembramos e sentimos tanto. Pare já com essas perguntas. Pare nas ruas e me esqueça em algum canto escuro e vazio. Não desejo ser vista agora, não agora.

terça-feira, maio 15, 2007

Mad World




Tears For Fears

All around me are familiar faces
Worn out places - worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere - going nowhere
And their tears are filling up their glasses
No expression - no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tomorrow - no tomorrow

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
'Cos I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very Mad World

Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday - Happy Birthday
Made to feel the way that every child should
Sit and listen - sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me - no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me - look right through me

segunda-feira, maio 14, 2007

C’est jour mélancolique!


Corpo cansado,
trauma do sono
mal dormido,
a fome avança
pelo dia
arrastando todo o
corpo cansado,
desejo não.
Esvai-se o espaço,
a cabeça se preenche de coisas,
coisas, pensar esquecendo,
como se faz isso mesmo?
Dou-me alerta, a dor avisa:
corpo cansado,
e que dia esse?
C’est jour mélancolique!
sábado, 25 de novembro de 2006

quarta-feira, maio 09, 2007

Espelho de papel

10 de agosto de ( não consigo me lembrar o ano que estamos...)

A guerra já está acabando, pelo menos é o que se escuta dizer por aí. Sem muitas informações fica difícil acreditar, mas os barulhos de bombas e tiros tem diminuído. A estética das ruas está velha. Muitos reparos terão de fazer para recuperar um pouco da antiga aparência.
Valentin não escreve a três dias, fico preocupada mas o que posso fazer além de rezar e ter esperanças bobas?
Lígia sumiu também, com toda aquela mania de querer fazer algo, será que foi ?
Desde de que a guerra começou Valentin disse para mim não sair de casa e nem ficar olhando pela janela e sempre que baterem a porta, esperar que do outro lado alguém pronuncie a apresentação. Só ele e Lígia batem a porta. Sempre dizem: “ Ana, sou eu Valentin!” ou “ Aninha, sou eu Lígia, abra porta meu bem” . Só que quando o dia está amanhecendo e os barulhos cessam um pouco aproveito para dar uma espiada pela janela. Está passando do escuro para o claro, amanhecendo bem lentamente. Não se vê ninguém na rua. Deserta. A TV esta quebrada, só tenho o rádio que Valentin trouxe quando toda essa coisa começou. Toca sempre as mesmas músicas, são bonitas mas sempre as mesmas e nem mudam a ordem. Notícias da guerra não dão no rádio, perguntei a Valentin porquê e me disse que proibiram, para não ficarem alarmando o povo e evitar possíveis notícias falsas. Fora o rádio tenho algumas revistas velhas e livros que Lígia trouxe. No meio desses livros veio um caderno fino e velho já e um dia mexendo por aqui encontrei um lápis que deve ter sido do antigo morador desse apartamento. Arrisquei-me a começar a escrever algo, nada com muita importância.

domingo, abril 22, 2007

AMOR LIVRE




Comunidade do Amor Libertário

casa sem porta no meio de um quintal sem muro, que chama pra nela morar todos aqueles que acreditam que o Amor sem perseguições e cobranças existe e que, ao contrário do que se pensa, parte de nós para os outros.

na teoria, é lindo; na prática, meio difícil, mas um Amor mais feliz é possível. ele está bem aqui, em nós, absolutamente livre ... livre do mundo cinzento, livre para o mundo livre, livre para o mundo blue.


"O seu amor
ame-o e deixe-o livre para amar
livre para amar
livre para amar...

O seu amor
ame-o e deixe-o ir aonde quiser
ir aonde quiser
ir aonde quiser

O seu amor
ame-o e deixe-o brincar
ame-o e deixe-o correr
ame-o e deixe-o cansar
ame-o e deixe-o dormir em paz...

O seu amor
Ame-o e deixe-o ser o que ele é
ser o que ele é
ser o que ele é..."
(Gilberto Gil)


domingo, março 11, 2007

Harold and Maude



If You Want to Sing Out, Sing Out
Cat Stevens
Composição: Indisponível

Well, if you want to sing out, sing out
And if you want to be free, be free
'Cause there's a million things to be
You know that there are

And if you want to live high, live high
And if you want to live low, live low
'Cause there's a million ways to go
You know that there are

Chorus:
You can do what you want
The opportunity's on
And if you can find a new way
You can do it today
You can make it all true
And you can make it undo
you see ah ah ah
its easy ah ah ah
You only need to know

Well if you want to say yes, say yes
And if you want to say no, say no
'Cause there's a million ways to go
You know that there are

And if you want to be me, be me
And if you want to be you, be you
'Cause there's a million things to do
You know that there are

Chorus

Well, if you want to sing out, sing out
And if you want to be free, be free
'Cause there's a million things to be
You know that there are
You know that there are
You know that there are
You know that there are

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

"Com Deus a gente também pode abrir caminho pela violência. Ele
mesmo quando precisa mais especialmente de um de nós, Ele nos escolhe
e nos violenta."
A paixão segundo G.H.
C.L.


"A ave sai do ovo. O ovo é o mundo. Quem quiser nascer tem que destruir um
mundo."
Hermann Hesse

"Sometimes I don't think people realize how lonely it is to be a kid"
Clementine Kruczynski, Eternal Sunshine of the Spotless Mind

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Poema quebr ado

desfaz-se   

sem nivelar

foge feito raio
musicado

partido em

ponte pequena

fraca da palavra

sem vestimentas

se d es faz.

sábado, janeiro 06, 2007

DIA QUE NÃO SE PERDOA

Los Infelices
Hoy festejaremos los infelices.
Los solos.
Los muertos en vida de tristeza.
Los sin casa.
Los sin comida.
Los sin sentido.
Los sin.
Nada.
Naty Menstrual



"...deixei me ser seu espelho deformante mas nele me via perfeita.
Embora me agredisse às vezes, era esse
espelho que aumentava a minha fé...!


My life closed twice before its close.
Emily Dickinson

Palavras e lembranças erradas
e porque existe essas lembranças
nos momentos imperfeitos?