domingo, dezembro 19, 2010

Metamorfose

Há todo um sofrimento nessa metamorfose
toda uma dor escondida por debaixo da pele.
Enquanto os ossos esticam
e a pele rasga, alterando faces, fases e frases.
Tudo muda fora,de dentro pra fora
e o de fora machuca dentro
tentando achar um lugar para ficar.

E toda essa dor de se transformar que não tinha.
Que me assombrava e que ainda sim sentindo a pele,
se rasgar e as coisas mudarem não acredito que seja
possível acontecer comigo essa metamorfose de forma completa.

Serei metade aquilo e metade outro,
Bicho que parou no meio e paralisou,
morta-viva, com asas quebradas.

domingo, dezembro 12, 2010

sinto

tenho tentado
e em cada passo dado
sinto como se meus pés estivessem
desossados

sábado, novembro 20, 2010

e a brisa sopra lá fora

palavras: sempre gritam mais alto que o som da minha voz.
e se acontecer de um dia estar no quinto dos infernos sem ser essa
versão beta*, eu saberei que tentei de tudo. E que não falhei.

quarta-feira, novembro 10, 2010

Viagens lisérgicas de Hannah

Louca. A louca, desvairada. Desgraçada e destroçada. Destroço e apago todos.
Meu santo não bate com as pessoas, não estão no meu mundo de loucos. Mundo louco.
Não destroçam pessoas com suas imaginação, não prática essa ação quase libertadora e torturante.
Eu mato. Mato, não sei se sobre tempo pra louco pensar em um futuro remorso. Não sobra. Louca.
No mundo dos loucos.

terça-feira, novembro 02, 2010

No sangue, e do sangue.

Meus sangues, que já se foram
rogo e honro a vocês .
Esses caminhos que fizeram e
agora percorro e sei que me trazem
dores e amores e todos os sentimentos que correram
pelos vossos corpos.
são caminhos antigos passados novamente.
Meu sangue, sangue meu, tenho orgulho de ti.

domingo, outubro 24, 2010

dos efeitos vivos




minhas mãos estão trêmulas
meus passos mais tortos
minha fala desarticulada
minha memória com falhas
esse sou eu caminhando rumo
ao que chamam de normal ou
de bem estar.

sábado, outubro 23, 2010

das cores que visitam

Gostei da caneta verde com ela penso que posso começar a escrever com esperança.

sábado, outubro 16, 2010

não sou uma Amélie

...definitivamente não sou uma Amélie Poulain, e com certeza mais ainda não tenho o brilho de seus olhos quando pensa no futuro. Meu fabuloso futuro partiu sem mim. E me resta tentar se conformar com o que meus olhos abrigam. Não nasci Amélie.

quarta-feira, outubro 13, 2010

eu não enxergo colorido, são as lentes que me deram.

as cores visitam as coisas; as cores timidamente me visitam;
elas, só camuflam o que sinto e o que sou.
o efeito vai passar, e o chão novamente não vai ter sentido
e o meu medo é do chão conseguir passar.

e o meu riso é involuntário.

terça-feira, setembro 07, 2010

setembro partido

setembro partido
alma apertada
beijo na face
sorrisos solitários

sonhos vazios
fundo dos olhos
pessoa perdida

não lembro como aconteceu





imagem by Julie de Waroquier

Todos os dias a morte


minha face é
assim
difícil se notar quando estou triste
em meu ser parece algo comum
desapercebido


todo esse esforço de agarrar
essa corda
e essa subida que
não se sabe
se vale algo

imagem by Julie de Waroquier

terça-feira, agosto 24, 2010

O Brilho das Misteriosas Noturnas

uma sociedade secreta
histórias fabulosas
juntas brilham e somem
misteriosas e tímidas
fogem
não se sabem muito sobre
elas

noturnas e esquecidas
na madrugada que todos dormem
dançam como ondas
altas
bem mais elevadas
brilham

segunda-feira, agosto 16, 2010

meu bolso

Sabe se lá o que trago no bolso
e então amei com todas as dores
e com todos meus medos


enfraquecida, desboto a cada banho
e nem toda água leva
estes sentimentos

trago letras perdidas
no branco amarelado
perdido e esquecido

quinta-feira, julho 29, 2010

Círculo vicioso

eu NÃO respondo

na maioria das vezes

isso ME LEVA a

lugares que não

quero estar

quinta-feira, julho 22, 2010

as pontas soltas

sem encontros, nem nas esquinas, nem nos bares, nem em casa ou qualquer lugar. Me reservo o direito de entrar na fantasia e ser invisível.

***
nem todo chocolate é capaz de amenizar a tristeza que me tem.

***

eu não sei se me masturbo ou se me corto.

sexta-feira, julho 16, 2010

pele e nada




quero ser pele e osso
para poder depois ser só
ossos
e por fim
ser nada.


desejo que o ar me trague
e que não sobre vestígios
de meu corpo

só quero partir

maio de 2010

querendo retornar

deitada na cama, de lado, em posição quase fetal. Vontade de afundar e passar o chão, e ir afundando até onde der para o corpo sumir.
E daí não ter nada e tudo terminar.
maio de 2010

à beira de um ataque

sinto que preciso chorar, me descabelar num dramalhão regado de lágrimas. Aprendi a temer quando a dor some, quando ela desaparece é sinal de que alguma coisa pior vai acontecer. É como se já não houvesse esperanças de que ainda estou viva. Preciso chorar, sentir dor. Não aquela profunda na alma que me acompanha há tempos, mas a que me faça notar que ainda vivo, sangro e respiro. Quero chorar mas não consigo, controlei tanto o choro que agora ele se esconde de mim. Preciso de vida mas não sei onde encontrar. Meu balão de oxigênio está quase no fim e não sei onde recarregar. Preciso respirar.

quinta-feira, julho 15, 2010

que medo das

as palavras bonitas
as palavras rasgadoras
as palavras absolutas e encantadoras
as palavras assustadoras
palavras bonitas

terça-feira, julho 06, 2010

eu não sei o que devia esperar...

segunda-feira, junho 07, 2010

tendência de cair




são os meus passos que se perdem
minha imaginação flutua
sob chuva de cores e gritos de histeria

são os meus passos que se perdem
as horas voam
dentro dos dias vazios

são meus passos que escorregam
sobre uma ponte

que despenca sem fim

quinta-feira, maio 20, 2010

madrugada


...não sinto laços feitos, somente laços sendo desfeitos.

segunda-feira, abril 05, 2010

Vontade de abrir os braços

1 e 50 da madrugada - me sinto péssima. Estou ansiosa, sentindo a crise de pânico dominar parte a parte do meu corpo e alma. É como se estivesse encurralada numa rua sem saída e coberta por telhados. Sem portas abertas. Me consumo de dentro pra fora com pensamentos e aflições nem acontecidas. Como pode isso? Como a cabeça pode estar tão fraca para se deixar manipular ou seria o contrário? Teria toda essa força de manipulação? Minha Mãe me socorre nos seus braços e me proteja de mim mesma, porque quando as horas correm assim com o corpo e alma doentes, me sinto perdida e passível de saltar sem saber a altura.

domingo, março 28, 2010

encontros

e se acontecer de um dia te ver do outro lado
da rua,
o coração batucando,
a garganta seca e
aquela sensação
maravilhosa
no estômago
de alma alimentada

meu dia será válido.

segunda-feira, março 22, 2010

indo II

...e você pode fazer a maré subir?
trazer as ondas e fazer com que me levem?
Então, faça.

sexta-feira, março 19, 2010

tortura das cores

o vermelho me persegue
o azul me transborda
o cinza me guia
e o colorido mantém-se afastado

quinta-feira, março 18, 2010

os passos não me cabem
as ruas estão escuras
e nada mais existe

quarta-feira, março 17, 2010

indo


fio partindo-se

seus pés tão soltos
já não sentia tanto o peso
as dores haviam sumido ou pelo menos
não travava mais brigas com elas

já! ande! corra! vamos! logo!

t u d o e r a p a u s a d a m e n t e

longo e silencioso
os objetos e tudo mais eram estáticos
mas seus pensamentos pulavam, um
atravessando o outro

por onde vou agora?

sexta-feira, março 05, 2010

sem nome


quero pular
de tão alto e pro tão profundo
que se me perder que seja
I N T E I R A
que tenha o sol na pele
e a lua na alma

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

ela




gosto fantasma
o sabor do cigarro
os olhos seus
o sabor do café
o cheiro seu
meus gostos fantasmas

sexta-feira, janeiro 22, 2010

casa


odeio a casa
essas pessoas feito ervas daninhas
que tomam meu espaço
crescem sobre mim
e me põe louca
louca de todos os sentidos

odeio essa casa
que não tem fim
não pretendo estar com eles
por muito tempo
preciso fugir

odeio essa casa
e todas as possibilidades
que ela me oferece

quarta-feira, janeiro 20, 2010

Poeira


Tudo era muita poeira, muito segunda mão. Uma luz amarelada que não iluminava nada, apagava mais os objetos.
As pontas dos dedos sujas de pó. Do pó ao pó, não sei por que mais tinha que lembrar essa frase clichê. Era quase impossível controlar esses impulsos por lembrar os clichês que a vida encarrega de esfregar em sua cara. Talvez porque toda a vida fosse ridícula. Toda a sua.