terça-feira, maio 29, 2007

Postal



Metástase é o caminho da Dor
que corre o corpo me fazendo Highdown-down
Brinquedo nostálgico de sentimentos,
Saudade.
Não transmuto,
não chego a metamorfose.
Melancolia que é esse sangue da
highdown que sou.
Melancólica sempiterna
aqui.

domingo, maio 27, 2007

AMOR 1




lembre-se de mim como fui
nem pense em deixar
esse pensamento se perder,
aquela música fala tanto de
amor
por que mesmo ?
então vejo seu corpo
e então perco-me do meu
e tudo isso é amor inventado
e invenções ferem com
a antiga conversa de se lembrar
como fui.


tão puro e claro você se revela
cobrar de mim só me deixa assim louca
sem tesão, isso é broxante sabia
substituto será substituído
talvez se fosse um prostituído
não fizesse tantas cobranças

bota uma música e me deixe ficar ouvindo
pode ir e fechar a porta
hoje elas não se abrem
não para você.
santa satisfação própria...

quinta-feira, maio 17, 2007

Era sem importância que se deixava ficar ali sozinha.
Trancada dentro de si e por si mesma julgava não saber o que fazer ou escolher. Passou adiante uma música, duas, três... e não sabia o que fazia.
Dormir queria muito, mas tinha medo dos sonhos, eram tão reais e assustadores.
Brincava de ver as coisas serem cobertas pela sombra que o anoitecer ia tecendo, era tão incrível ver as coisas se escondendo na escuridão. Tudo se escondia, todas as coisas tinham motivos para se esconder e o faziam conforme pudessem.
De manhã era dia claro e brilhante sempre, não importava se fazia frio, se as nuvens encobrissem o sol, era brilhante e irritante.
Queria dormir, à noite não tinha dormido. Tenho pontos por bom comportamento, onde utilizo esses pontos?
Fazer perguntas às vezes é muito chato, falar sobre si é horrível.
Vamos as ruas clamar por ajuda, por comida e liberdade e que todos
se explodam contra os postes e a luz se acabe até a Companhia repor as lâmpadas quebradas.
Os gatos vagabundos e inteligentes saiam miando pelas madrugadas e exaltando o prazer dentro das vielas molhadas e enfeitadas com lixo, acordando a gente toda que dormia gostoso e confortável em suas lindas casas de fachadas coloridas.
Música vem, me fazer flutuar pelas ruas na madrugada, não deixe que eu fique pesada no chão de pessoas como essas que passam a toda hora correndo para algo muito importante de Segunda à Sexta em horário comercial. Escuto seu chiado e sei que você canta baixinho. Sei. Você está me vendo assim achando loucura tudo que me cerca e como posso negar isso? Lembramos, nos lembramos e sentimos tanto. Pare já com essas perguntas. Pare nas ruas e me esqueça em algum canto escuro e vazio. Não desejo ser vista agora, não agora.

terça-feira, maio 15, 2007

Mad World




Tears For Fears

All around me are familiar faces
Worn out places - worn out faces
Bright and early for their daily races
Going nowhere - going nowhere
And their tears are filling up their glasses
No expression - no expression
Hide my head I want to drown my sorrow
No tomorrow - no tomorrow

And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I'm dying
Are the best I've ever had
I find it hard to tell you
'Cos I find it hard to take
When people run in circles
It's a very, very Mad World

Children waiting for the day they feel good
Happy Birthday - Happy Birthday
Made to feel the way that every child should
Sit and listen - sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me - no one knew me
Hello teacher tell me what's my lesson
Look right through me - look right through me

segunda-feira, maio 14, 2007

C’est jour mélancolique!


Corpo cansado,
trauma do sono
mal dormido,
a fome avança
pelo dia
arrastando todo o
corpo cansado,
desejo não.
Esvai-se o espaço,
a cabeça se preenche de coisas,
coisas, pensar esquecendo,
como se faz isso mesmo?
Dou-me alerta, a dor avisa:
corpo cansado,
e que dia esse?
C’est jour mélancolique!
sábado, 25 de novembro de 2006

quarta-feira, maio 09, 2007

Espelho de papel

10 de agosto de ( não consigo me lembrar o ano que estamos...)

A guerra já está acabando, pelo menos é o que se escuta dizer por aí. Sem muitas informações fica difícil acreditar, mas os barulhos de bombas e tiros tem diminuído. A estética das ruas está velha. Muitos reparos terão de fazer para recuperar um pouco da antiga aparência.
Valentin não escreve a três dias, fico preocupada mas o que posso fazer além de rezar e ter esperanças bobas?
Lígia sumiu também, com toda aquela mania de querer fazer algo, será que foi ?
Desde de que a guerra começou Valentin disse para mim não sair de casa e nem ficar olhando pela janela e sempre que baterem a porta, esperar que do outro lado alguém pronuncie a apresentação. Só ele e Lígia batem a porta. Sempre dizem: “ Ana, sou eu Valentin!” ou “ Aninha, sou eu Lígia, abra porta meu bem” . Só que quando o dia está amanhecendo e os barulhos cessam um pouco aproveito para dar uma espiada pela janela. Está passando do escuro para o claro, amanhecendo bem lentamente. Não se vê ninguém na rua. Deserta. A TV esta quebrada, só tenho o rádio que Valentin trouxe quando toda essa coisa começou. Toca sempre as mesmas músicas, são bonitas mas sempre as mesmas e nem mudam a ordem. Notícias da guerra não dão no rádio, perguntei a Valentin porquê e me disse que proibiram, para não ficarem alarmando o povo e evitar possíveis notícias falsas. Fora o rádio tenho algumas revistas velhas e livros que Lígia trouxe. No meio desses livros veio um caderno fino e velho já e um dia mexendo por aqui encontrei um lápis que deve ter sido do antigo morador desse apartamento. Arrisquei-me a começar a escrever algo, nada com muita importância.