Caminhe, caminhe muito e sente-se na beirada de
um precipício.
pense como chegar do outro lado. Acrescente uma
corda que te leve para o outro lado
e sinta o quanto você teme atravessar.
Recorde que você tinha uma mão, que te segurava
de repente não sente mais isso. E agora que vem a parte que soa melancólico e dramático
demais.
A única vontade que você tem é de desaguar em
choro.Chorar copiosamente e descontrolado sem pensar em quantos irão se molhar
nessa aguaceira. Sentir o vazio que te
enche de dores impossíveis de encontrar e exterminar. E se vê sozinha no
escuro, no claro, no meio de uma travessia, no supermercado, no centro da
cidade, em casa. Sem porto seguro, sem
respaldo emocional e psicológico para manter se de pé e adiante. É difícil. É
chato e com o tempo torna se destrutivo.
Quando consegue focar o pensamento em alguma
coisa sensata é: se isolar e praticar a magia do invisível, se afundar num copo
de vinho, alguns comprimidos que trarão a sonolência forçada e o relaxamento do
seu corpo obrigando você a se afundar na cama imersa em lagrimas salgadas e
músicas que talvez aliviem ou não esse
buraco que começa dolorosamente a se abrir em sua alma.