quarta-feira, abril 10, 2013

Inundada






Caminhe, caminhe muito e sente-se na beirada de um precipício.
pense como chegar do outro lado. Acrescente uma corda que te leve para o outro lado
e sinta o quanto você teme atravessar.
Recorde que você tinha uma mão, que te segurava de repente não sente mais isso. E agora que vem a parte que soa melancólico e dramático demais.

A única vontade que você tem é de desaguar em choro.Chorar copiosamente e descontrolado sem pensar em quantos irão se molhar nessa aguaceira.  Sentir o vazio que te enche de dores impossíveis de encontrar e exterminar. E se vê sozinha no escuro, no claro, no meio de uma travessia, no supermercado, no centro da cidade, em casa.  Sem porto seguro, sem respaldo emocional e psicológico para manter se de pé e adiante. É difícil. É chato e com o tempo torna se destrutivo.

Quando consegue focar o pensamento em alguma coisa sensata é: se isolar e praticar a magia do invisível, se afundar num copo de vinho, alguns comprimidos que trarão a sonolência forçada e o relaxamento do seu corpo obrigando você a se afundar na cama imersa em lagrimas salgadas e músicas que talvez aliviem ou não  esse buraco que começa dolorosamente a se abrir em sua alma.

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