quinta-feira, maio 17, 2007

Era sem importância que se deixava ficar ali sozinha.
Trancada dentro de si e por si mesma julgava não saber o que fazer ou escolher. Passou adiante uma música, duas, três... e não sabia o que fazia.
Dormir queria muito, mas tinha medo dos sonhos, eram tão reais e assustadores.
Brincava de ver as coisas serem cobertas pela sombra que o anoitecer ia tecendo, era tão incrível ver as coisas se escondendo na escuridão. Tudo se escondia, todas as coisas tinham motivos para se esconder e o faziam conforme pudessem.
De manhã era dia claro e brilhante sempre, não importava se fazia frio, se as nuvens encobrissem o sol, era brilhante e irritante.
Queria dormir, à noite não tinha dormido. Tenho pontos por bom comportamento, onde utilizo esses pontos?
Fazer perguntas às vezes é muito chato, falar sobre si é horrível.
Vamos as ruas clamar por ajuda, por comida e liberdade e que todos
se explodam contra os postes e a luz se acabe até a Companhia repor as lâmpadas quebradas.
Os gatos vagabundos e inteligentes saiam miando pelas madrugadas e exaltando o prazer dentro das vielas molhadas e enfeitadas com lixo, acordando a gente toda que dormia gostoso e confortável em suas lindas casas de fachadas coloridas.
Música vem, me fazer flutuar pelas ruas na madrugada, não deixe que eu fique pesada no chão de pessoas como essas que passam a toda hora correndo para algo muito importante de Segunda à Sexta em horário comercial. Escuto seu chiado e sei que você canta baixinho. Sei. Você está me vendo assim achando loucura tudo que me cerca e como posso negar isso? Lembramos, nos lembramos e sentimos tanto. Pare já com essas perguntas. Pare nas ruas e me esqueça em algum canto escuro e vazio. Não desejo ser vista agora, não agora.

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